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AINDA NÃO CONSIGO OLHAR PARA SUA MESA VAZIA

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Ao leitor, sugiro ler ouvindo Marchinha Fúnebre, do Rodrigo Alarcon, ou Último Desejo, do Noel Rosa, interpretado por Martinho da Vila. Uma semana sem ele. Só se passaram sete dias, mas às vezes parecem anos e, no pior dos corações, é como se tivesse sido ontem. Sempre vai parecer que foi ontem. Falo como se ele tivesse falecido. E de certa forma, morreu. A presença dele era marcante em cada segundo do meu dia. Pensava ter finalmente encontrado alguém, mas na verdade o que veio foi a certeza de que “alguém” não existe. Ele deixou de se sentar ao meu lado. Ainda não consigo entrar na sala e notar a carteira vazia. Parte de mim adentra a sala na esperança de que ele irá voltar para o lado de cá. Tudo se tornou um borrão – e a única coisa relevante é a voz da professora de Latim. De que adianta olhá-la se não terei com quem rir silenciosamente das piadas? É que ele – vamos chamá-lo de X – me proporcionou tantos momentos bons, que o fato de não acontecerem nova e rotineirame...

A SECA QUE SECA

A fadiga da vida se acentua com a chegada da seca. Geográfica ou psicológica, é o esvaecer daquilo de mais precioso e vital à existência humana: a água – e o amor. Água, vide o sofrimento no sertão. Amor, vide o que Lispector diz sobre ele ser “a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio por isso não envaidece”. De tempos em tempos, o homem, cansado e sedento, põe na mão do universo a mais incerta das decisões: ter de volta a sua fonte de sensatez, pois água e amor são puros sinais de sobriedade. A consciência de estar vivo, atrelada a uma animadora certeza do porquê continuar a viver – eis aí o fim e o começo da assustadora seca que seca. Essa estiagem, antes tão natural e imperceptível, deixou de ser cíclica e perdeu seu controle por mero descuidado humano. Sua inquebrantável presença absorve, agressivamente, as variáveis da água e do amor: tudo que há de bom no mundo perde o significado, e ao homem resta apenas frustração e desejo. Sem água o mundo se exting...

ALMA

O mistério que carregas em tua pose - é de ti para mim ou de mim para ti? Por que em teu olhar há algo de ordinário além do necessário? E sua alma, quem a constrói? Decifra-te ou me devore. The mystery that you carry in your posture - is it from you to me or from me to you? Why is there something ordinary in your gaze beyond what is necessary? About your soul: who builds it? Decipher yourself or devour me.

UNPREDICTABLE ACRONYM

Unbelievable Nepenthe Feasible - or fearless? Obliquous Realistic Elegant - and maybe eccentric. Sassy Enemy Evil Nightmare.

ACRÔNIMO IMPREVISÍVEL

I ndomável M ortal P reocupante R ealista E legante - e talvez excêntrico. V erossímil - ou verdadeiro? I mpossível S inistro T raidor O blíquo.

FALLING

When I'm down I do not want someone to put me up through this cursed feeling that makes me sick like a fallen star. When I am down I want to be back as soon as possible! Healthier And stronger. But I need to do it by myself I must rebuilt and light up my own self. But how can I do it if I am screaming inside like a lost, sad and beautiful bird that doesn't feel safe about flying? I. HATE. BEING. LIKE. THIS. I should go over this problem and be happy and successful But I keep comparing myself to each person I have known in my life. I can't breathe when I see that maybe I will not do or handle something as strong and determined I did years ago. Smashing my head is the most calm act of kindness I could do to myself. Because I do not really want to die. I just want to kill this miserable feeling of not being enough to me.

Caso eu me perca em minha pessoa

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(para aqueles que gostam de ler com trilha sonora, ouçam Keeping Your Head Up , da Birdy https://www.youtube.com/watch?v=m8AXUq5uA0Y ) Já sentia que 2017 ia ser importante, de um jeito ou de outro. 2º ano do Ensino Médio deve trazer isso à tona - quase na reta final para os vestibulares que irão ou não garantir-me uma vaga em medicina. Ainda estou um pouquinho devagar na disciplina de estudos - minha rigidez só aumentou com a chegada do 2º bimestre. Já sei quais matérias preciso me matar de estudar até que a dificuldade seja mínima  e quais eu apenas preciso prestar mais atenção e reservar um dia ou horário só para elas quando for necessário. Como se não bastasse o sentimento de "Continuo nerd? Estou vivendo ou apenas existindo?", o cara lá de cima - Yaveh, Deus, seja quem ele for - me "apresentou" um cara especial. Poxa, Deus, até parece que eu preciso me envolver emocionalmente a esta altura do campeonato, né? Se eu perder o foco, nem sei quem se...