Extraordinários

Ele era um louco. Ela, uma apaixonada por loucos.

 Ele era Los Angeles, ela era Veneza.

 Ele se expressava pela música, ela amava escrever.

 Ele gostava de criar filmes, ela gerava livros.

 Ele tinha uma desorganização arrumada, ela tinha uma organização bagunçada.

  Ele gostava de fotografar, ela preferia admirar as paisagens na memória.

 Ele adorava crianças,  ela não conseguia aguentar uma.

 Ele conseguia paciência, ela ainda estava aprendendo a gerar isso. 

Ele acreditava em mistérios, ela em energias. 

Ele era vegetariano, ela uma excêntrica carnívora.

Ele era o pôr do sol, ela era a ventania.

Ele sentia tristeza, mas ela espalhava alegria.

Ambos se sentiam sozinhos, mas ambos cansaram de procurar uma companhia. Ambos filosofavam à sua maneira, estranhamente.  E ambos gostavam de falar ou pensar sobre assuntos que quase ninguém se interessava.

Ele apoiava o ato de sonhar, ela lutava para parar com as falsas esperanças.

Ambos eram estranhos.

Ela gostava de sorrir, ele procurava sorrir.

Ele procurava sentir paz, enquanto ela tinha paz em excesso.

Ambos eram fortes na razão e no coração. Ambos tinham medo de se apaixonar, e ambos ao mesmo tempo não queriam acabar no ar.

Ele ainda não tinha a arte de observar algumas coisas mais da vida, ela o ensinou a dominar isso.

 Ela não sabia se tornar única, ele resolveu a ensinar.

Ela estava cansada. Ele sempre tinha energia guardada.

Ela tinha medo de mudanças. Ele queria que mudanças acontecessem.

Ela gostava do diferente. Ele amava ser diferente.

Ela não precisava de tanta atenção. Ele achava engraçado receber atenção. 

Ela gostava, como já foi dito, de loucuras. E ele precisava de companhia para loucuras.

Ela se vestia de forma organizada, sem perder o conforto. Ele se vestia com o que lhe vinha à cabeça, sem se importar com regras.

Certo dia, eles se encontraram. Descobriram a melhor coisa da vida deles, sendo uma delas o amor. Ainda assim, eram loucos, filosofavam, gritavam, queriam fazer o impossível. Ambos sabiam que aos seus olhos e aos do Pai, eles não eram loucos. Ambos eram extraordinários!

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