PRINCESA, parte um


Prisioneira do meu próprio castelo,

nascida e criada para viver sozinha,

proibida de viver qualquer gesto singelo


Condenada à desconfiança eterna, 

ninguém pode atravessar os portões desta prisão.

Sou indigna de ter uma paixão,

quebraram as minhas pernas.


Sou uma flor proibida,

nunca cheirada, nunca sentida, 

sob esta gaiola de ferro, apenas vista.

Aqui, esta princesa sequer se arrisca. 


Não tenho tranças para jogar, 

nem asas para voar,

ou um tapete voador

Felicidade? Só sente dor...


Essa princesa, aqui, não tem vida

apenas existe por si só,

observando chegadas e partidas, 

planejando evitar voltar ao pó


No castelo, mesmo presa

inúmeros erros comete a princesa

e ela se frustra, e ela é punida, 

e nenhuma confiança a ela é cedida.


A princesa sabe que não existe príncipe

nem ogro, nem sapo, nem rei

que possam salvá-la nos termos da lei


Cai o pano. É jogada a toalha.

A princesa, sem experiência, sem vida,

agora se prepara para sua única batalha

sair do castelo será a sua única partida.

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