DOR DE CABEÇA

 já não quero mais ter você aqui comigo. tenho medo de que você faça tudo de ruim de novo.

tenho medo de que outra pessoa também faça isso comigo.

o verdadeiro deveria ser eterno, mas infelizmente o verdadeiro não dura pra sempre. pelo menos não quando o outro lado não compreende (ou teme) a grandiosidade e o prazer de se fazer a escolha diária de se cegar e acreditar que o outro irá melhorar, que ambos irão melhorar, porque vale (valia) a pena sonhar com a coexistência.

eu queria ser sua testemunha. você não quis ser a minha, por problemas unicamente seus. porque eu sei que me dediquei, eu me fiz completamente vulnerável a você, e você escolheu não fazer isso. você se escondeu atrás do silêncio e me torturou, me fez sentir que era minha culpa o fim disso, quando na verdade tudo isso é culpa do seu medo de se abrir e colocar em palavras o que sente e não sente, o que te preocupa e não preocupa, o que te cansa e o que te dá energia, é tudo culpa do seu gosto por ficar sozinho. e eu não gostava de ficar sozinha. e você sabia disso.

eu amei você, eu me apaixonei por você, mas na realidade eu nunca te conheci. você me magoou de uma forma tão arrebatadora que ouso dizer que o que fez comigo foi bruxaria. mas foi eu quem te escolheu. e eu não me arrependo disso, o que tivemos foi lindo, foi verdadeiro enquanto possível, sua missão comigo está cumprida, mas eu lamento que você não consiga ser permanentemente um ser humano de verdade para alguém que não seja você mesmo. espero que um dia você se cure disso. mas eu já não sei mais se um dia vou aguentar te ver de novo e lembrar de como você me fez acreditar profundamente que eu era parte da vida que você queria. nos tornamos incompatíveis.

não vejo a hora de sentir indiferença, mas te esquecer está sendo uma grande dor de cabeça.