AINDA NÃO CONSIGO OLHAR PARA SUA MESA VAZIA
Ao leitor, sugiro ler ouvindo Marchinha Fúnebre, do Rodrigo Alarcon, ou Último Desejo, do Noel Rosa, interpretado por Martinho da Vila. Uma semana sem ele. Só se passaram sete dias, mas às vezes parecem anos e, no pior dos corações, é como se tivesse sido ontem. Sempre vai parecer que foi ontem. Falo como se ele tivesse falecido. E de certa forma, morreu. A presença dele era marcante em cada segundo do meu dia. Pensava ter finalmente encontrado alguém, mas na verdade o que veio foi a certeza de que “alguém” não existe. Ele deixou de se sentar ao meu lado. Ainda não consigo entrar na sala e notar a carteira vazia. Parte de mim adentra a sala na esperança de que ele irá voltar para o lado de cá. Tudo se tornou um borrão – e a única coisa relevante é a voz da professora de Latim. De que adianta olhá-la se não terei com quem rir silenciosamente das piadas? É que ele – vamos chamá-lo de X – me proporcionou tantos momentos bons, que o fato de não acontecerem nova e rotineirame...